P1: 17/08 - 10h15 às 11h15 - “A cara de Janus dos Plásticos
A presença de pequenas partículas de plástico no ambiente, apenas recentemente foi reconhecida como uma questão global, apesar dos primeiros relatos da sua presença no ambiente marinho datarem dos anos 1970s. O consumo e os riscos associados aos plásticos continuam a crescer, apesar do aumento da consciência ambiental. A presença de microplásticos no ambiente tem sido cada vez mais relatada levando a um aumento da preocupação associada à degradação dos plásticos em partículas mais pequenas como os nanoplásticos, uma forma potencialmente mais perniciosa de poluição plástica. Atualmente reconhece-se que os plásticos no ambiente estão a chegar aos seres humanos através de alimentos contaminados, bebidas e ar. Os efeitos relatados dos micro(nano)plásticos no biota vão desde a depleção de reservas energéticas e a alteração do metabolismo até efeitos imunológicos, neurotóxicos e comportamentais. Esta apresentação centrar-se-á no conhecimento científico atual em termos de razões para estudar os efeitos das pequenas partículas de plástico presentes no ambiente, o que tem sido avaliado até agora e as metodologias mais comuns. Os resultados recentes da equipa de investigação serão destacados.
Dr. Marcelino Miguel de Oliveira - CESAM/Universidade de Aveiro – UA - Portugal
Miguel Oliveira é doutorado em Biologia pela Universidade de Aveiro (Portugal), sendo atualmente Investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar e do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, onde leciona disciplinas como Toxicologia Molecular e Celular, Biomarcadores Humanos e Ambientais e Cultura de Células e Tecidos. Tem mais de 90 publicações científicas, estando entre os investigadores que mais artigos revisam (Publons) na área do ambiente. De entre as suas linhas de investigação destacam-se a avaliação dos efeitos de contaminantes emergentes (e.g., micro(nano) plásticos, nanopartículas e fármacos) em organismos aquáticos e linhas celulares. Alguns dos seus artigos na área dos microplastics encontram-se entre os mais citados das respetivas revistas. Tem estado envolvido na organização de diversas sessões em conferências internacionais da especialidade e cursos de pós-graduação.
Miguel Oliveira é doutorado em Biologia pela Universidade de Aveiro (Portugal), sendo atualmente Investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar e do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, onde leciona disciplinas como Toxicologia Molecular e Celular, Biomarcadores Humanos e Ambientais e Cultura de Células e Tecidos. Tem mais de 90 publicações científicas, estando entre os investigadores que mais artigos revisam (Publons) na área do ambiente. De entre as suas linhas de investigação destacam-se a avaliação dos efeitos de contaminantes emergentes (e.g., micro(nano) plásticos, nanopartículas e fármacos) em organismos aquáticos e linhas celulares. Alguns dos seus artigos na área dos microplastics encontram-se entre os mais citados das respetivas revistas. Tem estado envolvido na organização de diversas sessões em conferências internacionais da especialidade e cursos de pós-graduação.
P2: 17/08 – 11h30 às 12h30 - “Tecnologia de RNAi como uma alternativa para o controle de pragas agrícolas”
O silenciamento gênico por RNAi é um dos mecanismos mais ubíquos em eucariotos, que funciona tanto como uma resposta antiviral como para controlar a expressão de genes endógenos. Como uma ferramenta biotecnológica, o RNAi tem permitido inibir a expressão gênica em uma diversidade de organismos, de fungos e nematoides a seres humanos. Basta identificar a sequência de um gene alvo, desenhar e sintetizar moléculas de RNA fita dupla desta sequência gênica e introduzir estas moléculas no organismo, por alimentação, injeção ou de forma tópica. Uma vez no interior da célula do organismo alvo, a maquinaria endógena de RNAi irá promover a fragmentação do mRNA correspondente, reduzindo-se a quantidade do RNA não-codante ou da proteína que seria traduzida à partir do mRNA degradado. Nosso grupo de pesquisa identifica genes essenciais para a sobrevivência de diversas pragas e agentes causadores de doenças agrícolas. Nesta palestra, iremos ver como a ferramenta de RNAi foi utilizada por nós para estudar genes que controlam o desenvolvimento de insetos e como estamos adaptando esta tecnologia para desenvolver uma solução com grande potencial para o setor produtivo, por sua especificidade de ação, por não agredir o meio ambiente e por estar sendo considerada uma grande promessa para reduzir as perdas agrícolas bilionárias que ocorrem todos os anos em nosso país.
Dr. Henrique Marques-Souza - Instituto de Biologia/Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
Professor Doutor do Departamento de Bioquímica e Biologia Tecidual do Instituto de Biologia da UNICAMP, desde 2010. É Engenheiro Agrônomo pela Universidade Estadual de Londrina (2001), Mestre em Ciências pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura, da Universidade de São Paulo (2003), e doutor em Genética e Genômica Funcional pela Universidade de Colônia, Alemanha (2007). Fez pós-doutorado pela Universidade da Califórnia, Berkeley, EUA, como pesquisador associado do Howard Hughes Medical Institute (HHMI), de 2008 a 2010. Sua carreira tem sido dedicada a entender o papel de redes de regulação gênica controlando tomadas de decisões celulares em diferentes contextos, como em células-tronco embrionárias e durante o desenvolvimento embrionário e regeneração em animais. Para isso, utiliza ferramentas moleculares de edição genômica (CRISPR-Cas9) e de silenciamento gênico (RNAi) e análise global de expressão gênica (RNA-seq). Atualmente o foco do seu laboratório é desenvolver soluções biotecnológicas através da tecnologia de silenciamento gênico por RNAi para controlar pragas e doenças agrícolas.
Professor Doutor do Departamento de Bioquímica e Biologia Tecidual do Instituto de Biologia da UNICAMP, desde 2010. É Engenheiro Agrônomo pela Universidade Estadual de Londrina (2001), Mestre em Ciências pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura, da Universidade de São Paulo (2003), e doutor em Genética e Genômica Funcional pela Universidade de Colônia, Alemanha (2007). Fez pós-doutorado pela Universidade da Califórnia, Berkeley, EUA, como pesquisador associado do Howard Hughes Medical Institute (HHMI), de 2008 a 2010. Sua carreira tem sido dedicada a entender o papel de redes de regulação gênica controlando tomadas de decisões celulares em diferentes contextos, como em células-tronco embrionárias e durante o desenvolvimento embrionário e regeneração em animais. Para isso, utiliza ferramentas moleculares de edição genômica (CRISPR-Cas9) e de silenciamento gênico (RNAi) e análise global de expressão gênica (RNA-seq). Atualmente o foco do seu laboratório é desenvolver soluções biotecnológicas através da tecnologia de silenciamento gênico por RNAi para controlar pragas e doenças agrícolas.
P3: 19/08 – 13h45 às 14h45 - “Searching for “Non Toxic” Natural Dyes for Sustainable Applications”
As inovações em têxteis e embalagens biodegradáveis e recicláveis estão aumentando. No entanto, atualmente são usados corantes sintéticos e eles são projetados para serem estáveis, o que é contrário à biodegradabilidade. O projeto de pesquisa BioColour (https://biocolour.fi) para os anos 2019-2025 visa desenvolver novos métodos para a produção em larga escala de biocolorantes, juntamente com sua caracterização e aplicações. As metas da Agenda 2030 das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável, por ex. os objetivos 12 e 15, motiva os pesquisadores a se aprofundarem ainda mais e desenvolverem novos produtos industriais baseados em corantes ecologicamente corretos. Um objetivo importante é avaliar a toxicidade dos biocolorantes para a saúde humana e o meio ambiente, uma vez que a origem natural em si não significa seguro ou atóxico.
Dra. Riikka Räisänen - University of Helsinki, Finland
Riikka Räisänen, PhD, works as a principal investigator at the University of Helsinki, Finland. She is the leader of the BioColour research consortium (2019-2025, https://biocolour.fi, financed by the Strategic Research Council at the Academy of Finland), which aims to enhance sustainability in textile and packaging colouration. She has a multidisciplinary academic background, which includes studies in chemistry, environmental research, craft science, textile technology and education. Her PhD (2002) was about fungal anthraquinones as dyes for textile materials. Her main research topics are related to biocolourants, dyeing and sustainable textiles. Räisänen has deep expertise in academic leadership and administration as well as supervision of thesis and lecturing. She is active in scientific writing and refereeing as well as popularizing research results to the broad audience.
Riikka Räisänen, PhD, works as a principal investigator at the University of Helsinki, Finland. She is the leader of the BioColour research consortium (2019-2025, https://biocolour.fi, financed by the Strategic Research Council at the Academy of Finland), which aims to enhance sustainability in textile and packaging colouration. She has a multidisciplinary academic background, which includes studies in chemistry, environmental research, craft science, textile technology and education. Her PhD (2002) was about fungal anthraquinones as dyes for textile materials. Her main research topics are related to biocolourants, dyeing and sustainable textiles. Räisänen has deep expertise in academic leadership and administration as well as supervision of thesis and lecturing. She is active in scientific writing and refereeing as well as popularizing research results to the broad audience.
P4: 19/08 – 15h00 às 16h00 - “Mudanças climáticas: Impactos na Amazônia e nos ecossistemas brasileiros”
As mudanças climáticas são um dos grandes desafios que a humanidade vai ter que lidar ao longo das próximas décadas. Nossa sociedade está em uma trajetória de aumento médio de temperatura de 3.3 graus Celsius, e em algumas regiões continentais podemos esperar aumentos de 4 graus Celsius. A precipitação, que já está sendo alterada, pode trazer dificuldades para as próximas gerações em produzir alimentos para o planeta. Importantes impactos socioeconômicos deverão ocorrer, como migrações em larga escala, e aumento das desigualdades sociais. Podemos alterar esta trajetória, reduzindo emissões rapidamente. O impacto na região amazônica pode ser significativo, e a região alimentar positivamente o aquecimento global.
Dr. Paulo Eduardo Artaxo Netto – Universidade de São Paulo (USP)
Professor titular do Instituto de Física da USP e membro do IPCC, Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas. É tambem membro da Academia Brasileira de Ciências e vice presidente da ACIESP - Academia de Ciências do Estado de São Paulo.
Professor titular do Instituto de Física da USP e membro do IPCC, Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas. É tambem membro da Academia Brasileira de Ciências e vice presidente da ACIESP - Academia de Ciências do Estado de São Paulo.